Migramos para um novo domínio, veja o post AQUI: https://oqueijovainamala.com.br/paleobergue-o-primeiro-hostel-paleo-do-brasil-quica-do-mundo/
*********
Para quem me conhece há mais tempo sabe o quanto minha alimentação mudou nos últimos anos: hoje sigo prioritariamente uma alimentação lowcarb de orientação paleo. Esta mudança me livrou de uns tantos kilos e me trouxe muito mais disposição e saúde. Mas como estamos aqui para contar de nossas andanças por aí e não da minha dieta, ahahahhaa, deixo AQUI um link com mais informações para quem ficar curioso.
Fato é que um paulistano, Saulo, cansado da vida agitada da grande cidade e disposto a ter uma vida mais saudável, largou tudo e mudou-se para Gonçalves-MG (Leia mais sobre a cidade AQUI neste post). Lá ele criou o Paleobergue, um hostel onde toda a alimentação é voltada para a orientação paleo: comida lá, só de verdade, quanto mais natural, melhor.
Depois de um tempinho Saulo conheceu a nutricionista Ana e hoje o casal toca junto o hostel, que é também a casa deles e do cão Everest. Uma casa encravada em meio às Montanhas de Gonçalves, cercada de muito verde.
A casa não é muito grande e são poucas as vagas para hóspedes o que torna o atendimento e todo o contato com os anfitriões e demais visitantes muito próximo.
Sobre as opções de acomodação: uma suíte com banheiro privativo – Yellow Submarine, uma homenagem à famosa música dos Beatles – que ganha este nome por ter uma banheira amarela. Acomoda um casal.
O Caverna, um quarto privativo com banheiro compartilhado. Tem uma pedra linda dentro do quarto!
E o Mezanino, como diz Saulo, a opção mais “raiz” do Hostel. São camas que ficam num ambiente completamente vazado, sem paredes: é pra acordar com o galo e à luz do dia mesmo! Lá ficam quatro camas de solteiro.
Como solicitamos nossa reserva super em cima da hora conseguimos apenas camas no Mezanino – e ainda demos sorte de consegui-las: é bastante comum o hostel estar em lotação máxima aos finais de semana.
Chegamos na sexta já bem tarde, pouco antes do jantar ser servido. Assim que viu nosso carro chegando Saulo foi para o deck, estendeu os braços para o alto e nos gritou, numa saudação por nossa chegada. Achamos uma graça a recepção. Ana estava no deck para nos receber também. Everest não: já estava em seu décimo sono, na poltrona, diante da lareira…
Os demais hóspedes daquele final de semana já haviam chegado: um casal do interior de São Paulo e outro de Conselheiro Lafaiete (pertinho de BH). O cheiro da costela já estava por toda a casa, anunciando o jantar que estava por vir. Vinho, comida de verdade, disco na vitrola carinhosamente batizada por “Nina Simone” ou simplesmente “Nina” (Levamos um Paulinho da Viola de presente para Nina) e muita prosa.
Logo na entrada a gente se depara com a estante de livros feita pelo próprio Saulo. É logo ali também a entrada da única suíte da casa, a Yellow Submarine.
Adentrando a casa encontramos a sala de estar, com a mesa de café da manhã, poltronas diante da lareira, Nina (a vitrola) e muitos discos. A cozinha é aberta e se comunica com a sala e neste nível está também a entrada para o quarto Caverna.
Uma escada dá acesso ao banheiro e ao Mezanino.
Todo mundo que vai ao Paleobergue de algum modo parece ter em comum o interesse pela comida de verdade. Tradicionalmente as sextas a noite, o casal recebe os hóspedes com um jantar paleo – o menu em geral abrange o carro chefe da cozinha Paleobergue: costela assada no forno baixo com vegetais e farofa de banana – tudo uma delícia e servido com bastante fartura. Depois uma sobremesa lowcarb preparada pela Ana, que varia conforme a semana. Todas as receitas ela compartilha no Instagram e podem ser encontradas pela #receitadanutrianakaren
O café da manhã é um dos momentos mais esperados pelos hóspedes: são servidas Kombuchas, pão low carb, kefir de leite, frutas do quintal, omeletes, café e claro, o famoso pão de queijo da Ana. Feito com queijo grana padano e ovos caipiras, a receita está disponível para todos afixada na porta da geladeira, datilografada na máquina de escrever de Saulo.
Não há almoço e nem é preciso: logo após o café os hóspedes saem, em sua maioria, para passear na cidade. O hostel fica em zona rural e não tem comércio por perto, o acesso é por uma curta estrada de terra, mas em ótimas condições.
Tudo por lá tem história: objetos pessoais e de familiares estão por todos os lados. Antes de ser um hostel, o Paleobergue é a casa deles e tal como uma casa, reflete muito do dono. A gente vê um pouco deles em cada cantinho.
As noites são sempre muito gostosas: na noite de sábado habitualmente os anfitriões oferecem um caldo e todos compartilham da refeição ouvindo discos na vitrola ou no deck da área externa, ao redor da fogueira. O céu estrelado que vemos de lá é belíssimo! Na noite de sábado tomamos caldo de abóbora com gengibre, e ficamos de prosa com os anfitriões, Fabiano e Alice, o casal mineiro – os colegas de São Paulo optaram por jantar na cidade.
Em feriados prolongados sempre tem um evento por lá: festas variadas, com cardápios temáticos (como as festas juninas), tudo preparado com alimentos naturais, sem açúcar, sem industializados. No Instagram dá pra ver tudo o que estão planejando!
Como os amigos e seguidores mais atentos sabem a parte mais importante de nossas viagens são os encontros que temos pelo caminho. Eu queria ir ao Paleobergue para ver de perto Saulo, Ana e Everest, já seguia ambos há tempos pelo Insta. Me desperta muito afeto a ideia de um cara que largou toda uma vida corporativa estável em São Paulo e a faculdade de Farmácia no 6º período para tocar a vida nas montanhas da Mantiqueira. Lendo as postagens no perfil dele no Insta vemos que a coisa foi se construindo aos poucos. Saulo não chegou à Gonçalves já dono de um hostel: ele largou uma carreira na Indústria Farmacêutica para trabalhar de barista numa pequena Livraria Café, na ladeira da igreja Matriz de Gonçalves. Morou 3 meses na livraria, dormindo em um saco de dormir no tapete do piso superior do café, até alugar uma casa. Quando achou uma morada montou seus aposentos no sótão e passou a receber amigos nos quartos, como forma de ajudar a inteirar o dinheiro do aluguel. Essa casa ficava na Terra Fria, um bairro da Zona Rural de Gonçalves, a cerca de 10km da centro, Everest passou a dividir a casa com ele nessa época.
Nas palavras do próprio: “Esse nunca foi o plano, mudei pra Gonçalves pra sugar o tutano da vida, alugar uma casinha barata que tivesse um fogão a lenha e água boa de beber saindo na torneira, tirar café expresso na livraria, ter uma dúzia de galinhas e correr na montanha. Vim atrás de ter mais tempo, mas logo nos primeiros meses percebi que não precisamos de mais tempo, precisamos de um tempo que seja nosso”.
Assim nasceu o Paleobergue, “primeiro virei a proa do barco, só depois fui olhar a condição do mar”, conta ele diante da fogueira.
Durante quase um ano levou em paralelo a labuta na livraria e os esporádicos hóspedes de fim de semana, até que decidiu, junto ao Everest, tentar viver só com o hostel, mas para isso precisava mudar mais pra perto da cidade, e então o Paleobergue mudou de endereço. Já instalado na nova casa, conheceu Ana.
Ana é mineira, de uma cidadezinha próxima à Gonçalves e atende como nutricionista na abordagem paleo/lowcarb em municípios da região, mas sem sombra de dúvida dá pra notar que muito dela agora está é ali, no hostel: ela manja de fermentados e são delas as kombuchas, kefirs e o delicioso pão de queijo servido no café da manhã. Não tive a sensação de estar num hostel em nenhum momento, mas sim de estar na casa deles. É tudo pessoal demais para ser um hostel, sabe? Talvez eu pudesse arriscar que o Paleobergue tem a cara do Saulo e a alma da Ana. Ou vice versa. Não tem como saber…tudo ali é MUITO eles. E também o Everest, claro, que segue dormindo em sua poltrona, diante da lareira, enquanto os hóspedes seguem animados na prosa…
Nota final sobre os bons encontros que fazemos pelo caminho:
Eu já tinha saído de BH meio adoentada, Leo até pensou se a gente não deveria adiar um pouco o início da viagem, mas eu quis ir assim mesmo. Então todo o tempo que passei em Gonçalves foi com um mal estar meio chatinho, cabeça pesada, alguma dor de cabeça, nariz entupido, sintomas clássicos de uma sinusite, finalizando uma faringite que já estava em remissão. Por sorte o casal que estava hospedado no Caverna eram instrutores de Yoga e terapeutas e atendem em Lafaiete no Prana Satya
Na manhã de domingo, nosso último dia no Paleobergue, Alice me ensinou algumas posições de Yoga e com ela aprendi a fazer a postura de lótus. Notando meu mal estar (a sinusite tava difícil) ela buscou suas agulhas de acupuntura e me presenteou com uma aplicação. Impressionante o resultado! No momento em que ela colocou as agulhas eu senti muita dor (já fiz acupuntura e sei que não dói, muito provavelmente a dor dizia da inflamação dos meus seios nasais). Assim que a agulha foi inserida quase que de imediato eu senti a secreção limpando e uma grande sensação de bem estar. Ela colocou também cristais na minha orelha e um nas costas. Foi um momento tão, mas tão, mas tão bom que eu não tenho como agradecer a ela por todo o bem estar que me proporcionou aquele dia. Foi um lindo encontro tê-la conhecido. Se você mora em Conselheiro Lafaiete-MG e região eu recomendo muito que a procure! 🙂 . Insta: Alice Antonucci
Paleobergue / Informações extras:
O Paleobergue fica em zona rural, a apenas 1,5 km da cidade por uma boa estrada de terra. É possível chegar sem carro, os anfitriões ajudam na busca por um taxista na cidade, basta combinar antes com eles e avisá-los ao chegar na rodoviária de Gonçalves.
Como já dito, embora seja um hostel, a casa é pequena e não comporta grande número de hóspedes. Eu poderia dizer que o Paleobergue parece mais a casa do Saulo e da Ana e que lá eles tem um quarto com banheiro, um sem e quatro camas no mezanino onde hospedam amigos porque é exatamente isto. Não tem nada dos tradicionais hostels, não tem beliche, não tem “locker”. Tudo é como numa casa e o fato de serem poucos hóspedes torna tudo muito próximo e pessoal.
Os preços variam conforme o conforto e privacidade. A suíte tem o custo mais elevado, e a opção mais econômica, a que mais se assemelha ao encontrado em hostel, é o Mezanino. Para saber os valores atualizados e solicitar reserva é só mandar um whats para o Saulo (35) 997395700.
O café da manhã está incluso no valor da diária, mas os jantares são pagos à parte. Ao solicitar uma reserva basta perguntar aos anfitriões sobre o menu do final de semana e valores, Saulo já pergunta ao hóspede no ato da reserva sobre o jantar de sexta para já calcular os preparos, os demais são combinados lá mesmo.
Em feriados prolongados quase sempre tem uma festa ou uma programação especial para os hóspedes, no Instagram eles sempre divulgam tudo!
Vinho, cachaça, pinhão, queijos e pimenta ficam disponíveis para venda no Paleobergue.
Não tem televisão e o “uai-fai” é bem meia boca, por conta do tanto de montanha na região, mas tem discos, livros, céu cheio de estrelas, fogueira lá fora, lareira lá dentro… gente de verdade e prosa, que segundo eles “é o que realmente importa nessa vida, não tem receita melhor“.
*(Post com depoimentos e colaboração de Saulo, que assim como eu, é leitor de Manoel de Barros e preza insetos mais que aviões)
Muito legal! ! Amadurecendo a idéia de conhecer esse lugar..e tentando convencer outras pessoas também! Vou usar seu texto p isso…kkk
Oi Andréa!
Fico feliz demais que o texto possa ser útil pra você! Vá ao Paleobergue sim, você vai gostar! É um cantinho muito gostoso e conhecer Saulo, Ana e Everest foi muito especial! 🙂
Pessoal, sigo o paleobergue ja tem um tempo tbem e foi la que descobri o blog de vcs. Adorei o post, vcs escrevem mto bem que da pra sentir o clima de la. Obrigado por compartilhar essas coisas boas conosco. Abc pra vcs
Ei Bruno! Puxa, ficamos muito felizes com o comentário. Gradicidos!
Adorei o texto !!! Faz despertar ainda mais a vontade de conhecer o Hostel e a família toda !!
Que delícia Cristiane! Ficamos felizes. Quando possível vá sim, não vai se arrepeder. 🙂
Muito bom! Fiz reserva para o Paleo hoje pra o mês de Julho. Estou super ansiosa!
ahhh que alegria Fabi! Dê um beijo em Saulo e Ana por nós, coma muito pão de queijo e dê um afago no Everest. Você vai amar! ❤
Que lugar encantador… Já desperta a vontade de conhecer. Cada detalhe é realmente fascinante. Parabéns ao casal !!! Espero em breve poder conhecer tudo é todos pessoalmente.
Ei Ana! Vale a pena demais, viu? 🙂
Muito bacana essa experiência! Novidade pra mim! E o que eu mais gostei foram as comidas! Dica top!
É tudo tão gostoso por lá! Vale muito a pena. 🙂
Que delícia de lugar! Eu fiquei apaixonada pela história dos dois e do lugar, quero muito uma oportunidade de poder visitar esse hostel que é meio casa mesmo. Nossa, que abraço quentinho no coração esse post.
Abraço quentinho foi este comentário Juliana. Gratidão! ❤
Que matéria interessante! Confesso que desconheço a alimentação Paleo. Vou até conferir o link para aprender um pouco.
Fiquei encantado com o lugar! Quanto cuidado, quanto carinho! E que lindeza o Everest. Cada ambiente foi feito com amor, percebe-se nos detalhes. E são muitos!
Adorei explorar cada uma das fotos e descobrir os bilhetinhos e aviso, os objetos, o ninho dos pintinhos. O jantar me deixou com água na boca! E uma vontade enorme de passar um fim de semana nesse paraíso!
Excelente dica!
Quem sabe a gente não se encontra por lá hein? Seria o máximo!
Que delícia de lugar. Estava realmente precisando conhecer um lugar desses! Obrigado por compartilhar essa dica! Vou me planejar para ir em breve.
Que legal Leonardo, você vai gostar!
Ahhhh genteee que delícia de post, que delícia de lugar! Fiquei encantada com o Paleobergue e o acolhimento do casal e cada detalhe!
O fato da comida ser lowcarb chamou muito minha atenção, pois estou me adaptando aos pouquinhos a esta dieta e sempre da para fazer otimas receitas! Ja comecei a seguir a # da Ana ! Vocês brilharam em mais uma dica e em encontrar um lugar tão único para nos mostrar! Grande abraço
Que legal Paula! Acho então que você vai amar o hostel. 😀
Que demais! Adoro conhecer lugares, histórias e propósitos diferentes. Muito bacana a matéria!
Gratidão Fabiana! 🙂